segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

FEsta

Em uma mansão luxuosa a luz vai aos poucos dando lugar para uma escuridão densa, uniforme, etérea, quase se pode apalpar as trevas daqui. Era noite agora. No ar uma musica doce, calma, inebriante. Mantras milenares de velhos príncipes que venciam suas batalhas. Tempos heróicos. Em um canto não muito longe da área central do jardim, onde belas fontes desaguavam suas lágrimas encontrava-se a morte. Bela e jovem. Cabelos negros, olhos sedentos de fogo, pele macia. Gostava de permanecer sozinha e o motivo nunca foi desconhecido. A morte não é bem vinda.
Se embebedando do melhor vinho das 4 galáxias estava Delírio. Sua paranóia é evidente, sua boca é cheia de usura e encantos desconhecidos, sua pele não possui uma cor definida, ora de um branco límpido e ora de um cinza pastoso. Vestes mal cheirosas cabelo definhado e comprido, olhos de guerras perdidas. Ao lado da mesa central não parava de sorrir. Era o tempo que zombava de todos, cabelos grisalhos, estatura baixa, vestes clássicas. Sabia se vestir o tempo. Era atraente e como sabia contar histórias.
Perto dali, o anfitrião conversava com o sol. Era o sonho, o mais belo dos irmãos, era a fantasia de olhos opacos, era o desejo. Era alto, pelo clara, olhos que não possuem cor, cor do nada. Seus pés não possuíam forma, flutuavam. Suas roupas eram como nuvens carregadas, como tempestades.
Todos eles ali, em um dia que era ontem, ou hoje, ou nunca, ou sempre. Embriagados rapidamente de paixão.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Agora.

Veja bem, o que faz agente fazer?
Me ensina? Não consigo mais. Nem de sonhar.
Veja bem. Não. Olha aqui. Para mim. Aqui.
Meio termo? Já sei quase de cor. Sim. sempre.
Eu sento acordo, deito, levanto, tomo o café.
Sol.
Sol. Sol.
Solidão.
No meio, de frente, roda.
Estava certo.
arrotado de responsabilidade, aproximando do inútil.
Acaba no nada. Só acaba quando não tem luz. Não mais.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu sento no chão. Liso, direto. Duro. É escuro aqui. Mente vagueia. A lua olha pra baixo querendo acertar pontos comigo. Ela brilha e eu choro. Acendi. Traguei. Fugi. Mente rodeia. Eu senti.
a tres



palmos.

Levantei, coçei a nuca. Apagou. Acendi novamente. Traguei e sorri mais um pouco, compulsivamente. A fumaça me desaparecia e eu desaparecia nela. Parecia nuvem de dor. Oi? Perguntei, oi, respondi, oi construído de alguem inexistente.


Pedro.Henrique.de. A

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

- O que é isso rapaz?
- É que eu não me importo mais...
- Cansou?
- Sim.
- De que?
- Resistir.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

LÊrápido

Sem visão de frente. Sem visão. Sem olhar. Sem. Olhar. Frente.
Sem querer. Querer. Sem.
Ardor de desilusão.
Vontade de não. Vontade. Sem
Amanhã, do mesmo?
Pedaço do mesmo. Amanhã.
Nada

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MEMORIAS PÓSTUMAS


A música toca quando entro deitado, todos, todos choram agora o que antes alguns choraram. Uns amam porque é feito assim, de tempo, ternura guardada. Amores diferenciados de vida vivida.
Quanto tempo senhores do círculo ao meu redor. E rápido, não é, atropelado.
Erros e arrependimentos, caixão aberto, à vista.
Na espera de tudo passar tudo passará, cochichavam sistematicamente pela sala abafada de velas acendidas. Felicidade em alguns momentos bons. Memórias, ah memórias, todas guardadas no peito. Algumas nos melhores lugares. Outras duidas. Saudade sofrida que sinto. Vontade de poder mudar. Vontade de poder.
Caminho invisível como espírito por entre todos. Caminhos vazios. Caminhos cheios. Meu corpo lá.
Sempre lembrarei quando a estrada parou na terra seca, desértica. De quando o ar não era mais perfumado, dos detalhes perdidos. Do choro seco, da tosse seca. Das drogas pra esquecer amores. Das pílulas para dormir, do gosto ruim de bebida amarga.
Foi tanta coisa. Tantas palavras. Eco. Agora grito e não adianta. Sorrio e não adianta. Expludo e sei que é assim. Sempre foi. Diferente. Ó céus repito sempre. O que é que é? Por que não bonito é? É feio. É grama bixada. Só queria levantar e poder dizer a cada um o que é. Com dizeres que aprendi por ai.
Ensinar pra mim foi pouco não. E agora só sei o que ta aqui. Só isso. Levantem-me para cantar nos ouvidos canções velhas. Não posso levantar. Não. Levantem-me e cantem a ópera do tudo bem. Palavra de longe. Queria ouvir também que me ama, mas sei que de quem preciso não pode. É proibido, perdido.
Só letras posso deixar aqui queridos, santos amigos. Vogais e consoantes, vogais e consoantes. Aventuras foram. Quando precisei quase sempre tive. Quase pode ser uma palavra grandiosa para mim. Sei que cada um é uma bomba de sentimentos parecidos com os meus. As vezes nem tão parecidos. Tão perto queria.
Meu leito me aquece agora quando frio evem.
Só quero feliz quem sempre quis.
A música acaba.
Evitem a saída à direita, pois o elevador defeituoso está.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mata fechada (De um senhor amor perdido e uma vida num casebre)

Sentei para escrever sobre algo sentido
Pensando, comecei as dores desertas
Pra ver belezas por frestas entre becos, serestas
Pois como música, tudo cessa.
E de manhã, logo pôs-se depressa
Noite mal dormida, saúde: Sem
Casa pequena, menor do que já fora
Sereno cresce, vontade vai marchando mais devagar...
Sem perceber meus passos, que longos e contados
Levam-me a algum lugar.
E o chão, de terra batida e molhada por conta da chuva
Perfumou as marcas, sujou de pegadas
E marcou um caminho.
Seta escura que dei, cega
Inexperiente, fajuta incrédula
Ainda no meio parado, meço sentidos
Incalculáveis medidas de pedaços perdidos
Pois que de sentidos, fazem-me crer
O que o amor é, do que é, se é que desse esquecerei.
Ah, se eu pudesse compreender
Se eu pudesse um tanto de ti, em mim poder ver
Como parte de um todo, que completo e devoto
À ti seria guardado e entregue,
não o deixaria padecer.

Tarde passa, flor cai
Corpo esfria
Já não se vê
Nem cor, nem vida
Luz longe, teto, fungo,
um 2 de Agosto
À meu gosto, bem longe de mim
Em meu mundo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Comportamento amoroso


Sujo. Impregnado, apagado. Deitado. 06h20min. Sol na cara, luz tosca de janelas pintadas. Preço de cortinas novas, desconhecido.
Gosto amargo, boca seca, sem cigarro. Olho fundo. Saudade, pedaço cortado.
Tarde fria, copo cheio. Corpo sem sal, vontade zero. Comprar cigarro, mente pensa. Pernas entrelaçam embreagem dura. Arrancada brusca, música: Hostil.
Olhos nervosos, veias apontadas, luz amarela a frente, carro estacionado, errado ou certo não se sabe. Dinheiro na mão, Hollywood vermelho, por favor, pulmão pulsa. Troco pelo gole pode ser?
Noite, frio corpo cansa, cabeça voa.
Ela
Ela
Ela
Ela

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tarde da noite levantei de sono mal dormido
a garrafa ainda jazia sentada, lacrimejando ao pé da mortalha
gole de sangria
suor percorrendo arredores acentuados
gritei para obter resposta
o ar preguento circulava preguiçoso
não me responderam, era sonho.
cinco da manhã e você não quer trepar comigo, me acarinhar
nem estava la...
era sonho.
a musica alta ensurdecia os oráculos da madrugada
gritei para obter resposta.
não era sonho, não era.