terça-feira, 12 de abril de 2011

O urso

E eu não vejo o uso, do urso para a minha mesa de comida. Meu almoço que fica frio quando tudo passa. Meu almoço que fica quente de vento e mosca. Podre. Eu como. Meu corpo fica.
E eu não vejo. USO de tudo para ficar bem, de todos os objetos comestíveis, dilacerados, injetáveis. Não vejo veia. De todos os objetos que farão de conta que desfaz. Os que fumam, os que bebem, os que emocionam, brilham, torturam... Mentem.
Não. E eu? Fico bem do mal, mal do bem, juntos. Chamo o urso para comer. Eu venho sento e como. E eu? O urso? Sou. Então desuso o jargão da pedra lascada de mil anos. Desfaço das palavras. Jogo pra fora, vômito didático. Esqueço de falar e de pensar, e de pensar falando.
A todo custo vejo o uso dos santos. Não. De tudo para ficar bem.


Pedro. H. de Araujo

Nenhum comentário:

Postar um comentário